quarta-feira, 5 de março de 2014

História Viva: Sangue vermelho, classificações e infertilidade

Como a criatura mais curiosa existente, o ser humano não se contém em simplesmente observar a vida ao seu redor. Há uma necessidade de classificar, analisar e sistematizar, tornando assim seus estudos mais organizados e objetivos.

Embora a ciência como um todo só tenha se desenvolvido plenamente nos últimos séculos, a preocupação com essa classificação - que hoje nós chamamos de taxonomia (do grego, taxo = colocar junto e nomos = leis, regras) - já existia na Grécia Antiga. Para os filósofos gregos, principalmente Platão, o ideal era mais importante do que o que se via de verdade, criando a classificação de espécie (do grego, eidos = ideia); Aristóteles, seu discípulo, iniciou um pensamento contrário, voltando-se para o real e utilizando não só a espécie de seu mestre como a classificação em gênero. No século III a.C., Aristóteles fez a primeira tentativa no propósito de classificar os seres vivos, dividindo todas as espécies entre as que têm sangue vermelho e as que não têm. Claro que faltava praticidade e mais objetividade nessa classificação.

Capa do livro "Systema Naturae",
de Lineu.
Somente no século XVII d.C. que se tem uma continuidade do trabalho iniciado na era Clássica, com o desenvolvimento do conceito de espécie que John Ray utilizou emprestado dos gregos. Em 1735, Carl von Linné (ou Lineu), em sua obra "Systema Naturae", põe em jogo a ideia de três reinos: animal, vegetal e mineral. Há também o aparecimento de uma divisão mais detalhada em classes, ordens, gêneros e espécies, baseada em características genéticas, morfofisiológicas e evolutivas. Graças a toda essa contribuição, Lineu é considerado o pai da taxonomia moderna.

Atualmente, classificamos os seres vivos em reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie, as categorias taxonômicas.

A espécie é a unidade mais específica de classificação dos seres vivos, e os agrupa com base em semelhanças anatômicas, cromossômicas, fisiológicas e de desenvolvimento embrionário. Porém, uma outra característica se faz muito importante: o cruzamento de dois animais da mesma espécie deve originar um animal fértil. Percebia-se que, ao cruzar a égua e o jumento, por exemplo, o burro resultante era infértil, não podendo dar continuidade à espécie e à essa união. Logo, conclui-se que os progenitores não eram da mesma espécie.

Fonte da imagem: http://commons.wikimedia.org/

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