sábado, 24 de maio de 2014

DR's: Corpos Moles, Pérolas e Filtros

Um exemplo de molusco, o caracol-de-jardim.
Origem do nome do filo
O corpo mole dá nome ao filo mollusca (mollis = mole).

Simetria
Bilateral

Desenvolvimento embrionário
Triblásticos e celomados.
Ectoderme: epiderme, sistema nervoso, concha
Mesoderme: órgãos internos (brânquias) e músculos
Endoderme: sistema digestório (gastroderme)

Constituição do corpo
Cabeça: órgãos sensoriais e gânglios (coordenação)
Pé: músculos (locomoção); em alguns, tentáculos
Massa visceral: principais órgãos (brânquias, tubo digestório)

Digestão
Tubo digestório completo (boca, estômago, glândula digestória, intestino e ânus). Apresentam rádula, para raspar alimentos de pedras e conchas. Há moluscos filtradores.

Sistema respiratório
Brânquias retiram o oxigênio da água (levado pelo sangue para o corpo) e secretam o gás carbônico. Alguns moluscos retiram o oxigênio do ar, outros fazem respiração cutânea.

Sistema nervoso
Vários pares de gânglios unidos por cordões nervosos. Alguns possuem olhos, outros somente células fotorreceptoras, sem nitidez de imagem. Há também órgãos de equilíbrio (estatocistos), tentáculos táteis e osfrádios (receptores químicos).

Sistema circulatório
A maioria possui circulação aberta (sangue impulsionado pelo coração para vasos e lacunas onde estão mergulhados os órgãos). Em outros, a circulação é fechada (o sangue circula em vasos e há troca de alimentos e gases entre os capilares e os tecidos).

Importância econômica e ecológica
Alguns bivalves formam as pérolas através de um mecanismo de defesa contra uma partícula estranha que se ache entre a concha e o manto, que são objetos extremamente caros e apreciados pela elite. A importância ecológica, por sua vez, se dá através dos moluscos filtradores, que acabam limpando a água em seu processo de obtenção de comida.

Fonte de imagem: br.freepik.com

Parasitas & Doenças: Uma Questão Social

O texto a seguir foi extraído do livro "Biologia Hoje - Os Seres Vivos", de Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder.

"No mundo, mais de 2 bilhões de pessoas vivem em lugares sem rede de esgoto ou acesso à água tratada, ou seja, sem saneamento básico, e 80% das mortes por doença nos países pobres são causadas pela falta de acesso da população à água adequada para consumo.

Região anterior de ancilóstomo.
E o Brasil, infelizmente, também participa dessas estatísticas, pois nem todas as moradias do país dispõem de abastecimento de água tratada, e muitas não estão ligadas à rede de esgotos nem contam com fossas sépticas. Além disso, a maior parte do esgoto coletado em território nacional, cerca de 80% do volume total, não recebe nenhum tipo de tratamento antes de ser lançado em rios, lagos e mares.

Entre os principais problemas de saúde relacionados à falta de saneamento básico estão as verminoses, cuja erradicação [...] depende de melhorias no saneamento básico e nas condições de vida das populações mais pobres. Trata-se, portanto, de um problema social, e não apenas um problema médico.

Uma das verminoses mais comuns entre nós, sobretudo nas áreas rurais, é o popular amarelão, parasitose intestinal em que ocorre perda de sangue e anemia e que se deve ao Ancylostoma duodenale, um nematódeo[...]."

Fonte da imagem: bioblogc.blogspot.com

domingo, 18 de maio de 2014

Parasitas & Doenças: A tênia e a teníase suína

A teníase é a doença causada em seres humanos pelo platelminto parasita Taenia solium, que pode levar a uma doença ainda mais grave, a cisticercose humana, que pode atacar o cérebro e gerar a morte do indivíduo.

O ciclo de vida da tênia é parasitário, ou seja, ela precisa estar em outro ser vivo para sobreviver, utilizando as funções do hospedeiro para a sua alimentação, o que gera um ônus ao ser afetado. O hospedeiro definitivo da tênia é o homem, em que o parasita no estado adulto se instala no intestino delgado. Como as tênias são hermafroditas e possuem estruturas para autofecundação, não precisam de um parceiro para a reprodução. Os últimos anéis do platelminto (ou proglótides) são responsáveis pela perpetuação da espécie, que ocorre de maneira extremamente eficiente, com a liberação de 30 a 80 mil ovos por proglote; esses anéis já fecundados se desprendem da tênia periodicamente e saem com as fezes do ser humano.
Ciclo de vida da tênia suína.

As fezes do homem contaminado, por outro lado, são comidas pelo porco (o hospedeiro intermediário), que é coprófago, e junto com elas estão os ovos da tênia ou os proglótides grávidos. Dentro do intestino do animal, os embriões saem dos ovos, perfuram a parede intestinal através de seis ganchos e entram na circulação sanguínea; então, alcançam os músculos e o fígado do porco. Nessa fase, os embriões crescem e transformam-se em larvas (ou cisticercos), que têm a cabeça (ou escólex) envolta por uma vesícula e são semelhantes a ervilhas de cor esbranquiçada.

Se a carne suína não é bem cozida, os cisticercos continuam vivos quando o homem a ingere. Na digestão do alimento, as vesículas são decompostas e o escólex fica livre para fixar-se nas paredes intestinais humanas com seus ganchos, de onde vai tirar seu alimento em um modo de vida parasitário. Então, começa todo o ciclo novamente.

O período de incubação varia de 1 a 35 dias, mas os sintomas podem manifestar-se somente 2 a 5 anos após a infecção.

Fonte da imagem: www.coladaweb.com

terça-feira, 13 de maio de 2014

Relações de Vida: Peixe-Palhaço, Anêmona e o Mutualismo

O peixe-palhaço convivendo com uma anêmona.
Os cnidários são seres vivos que podem dar uma sensação urticante a quem se aproximar deles - característica essa tão importante, que o próprio nome do grupo nos remete a isso (do grego knidos, urticante). Isso deve-se ao mecanismo de defesa desses animais: ao sentirem-se ameaçados, os cnidários abrem uma cápsula especial chamada nematocisto, que fica nos cnidócitos, que libera uma espécie de arpão. Quando o arpão entra na pele de outro ser, libera toxinas que causam essa incômoda sensação.

O peixe-palhaço é um peixe tropical de água do mar que mede em torno de 6 a 15 cm de comprimento. Ele é facilmente identificado pelas suas cores brilhantes características, normalmente oscilando entre o amarelo e o laranja, com faixas brancas e contornos pretos. Uma característica muito interessante no peixe-palhaço é que ele possui um muco protetor em volta de sua pele, que faz com que as toxinas dos têntaculos das anêmonas (uma espécie de cnidário que se alimenta de pequenos peixes) não o afetem (o que faz com que as anêmonas não possam capturá-los).

Assim, anêmona e peixe-palhaço podem conviver juntos sem problemas maiores. Mas a sua relação não se restringe a isso; o peixe-palhaço pode esconder-se na anêmona para fugir de seus predadores, enquanto ele limpa o cnidário, retirando parasitas de seu corpo. Ambos vivem em uma relação que as duas espécies se beneficiam, o mutualismo. Desse modo, podemos encontrar em diversos corais um "harém" de peixes-palhaço, em que há uma fêmea, um macho reprodutor (o maior que tiver) e outros machos menores. Se a fêmea morre, o macho reprodutor transforma-se na fêmea num processo chamado protandria, e o maior dos machos assume a função reprodutora.

Fonte da imagem: http://jornalggn.com.br/

História Viva: O Início do Pensamento

Para muitos leigos, os cnidários representam os primeiros animais a surgirem, em vez dos simples poríferos. Afinal, eles apresentam movimentação, capturam presas com seus tentáculos e podem deixar uma sensação urticante em quem se aproximar demais.

E, realmente, os cnidários apresentam diversas características mais complexas com relação aos poríferos. Mas o que poucos se lembram de citar é o sistema nervoso, que aparece pela primeira vez neste filo, mesmo que difuso, ou seja, não há um centro nervoso com maior concentração de neurônios.

O surgimento das sinapses nos cnidários foi uma das evoluções mais úteis para a sua sobrevivência. Através da percepção de estímulos externos, o organismo pode enviar respostas motoras exigidas para cada situação, tendo coordenação do corpo; por isso, o sistema nervoso está intimamente ligado com as células mioepiteliais.

Através do sistema nervoso, várias funções vitais puderam ser desenvolvidas. Na alimentação, o sistema nervoso é responsável pela captura de presas e prevenção da sua fuga, por meio de estímulos aos cnidócitos, que lançam uma espécie de arpão que possui uma toxina capaz de paralisar e matar o ser atacado. O sistema nervoso também coordena a movimentação do cnidário, inclusive na fuga de predadores.

Assim, essa grande evolução do sistema nervoso nos cnidários certamente garantiu a sua sobrevivência. Tanto é, que essa característica permanece até hoje nos filos seguintes, somente sendo aprimorada com o surgimento de um centro nervoso. E é graças a essa apomorfia dos cnidários que nós, seres humanos, hoje podemos controlar a natureza.

domingo, 11 de maio de 2014

Ciência Moderna: As Esponjas e a Computação

No passado, as esponjas já foram muito utilizadas na higiene, para tomar banho e lavar louças. Hoje em dia, utilizamos esponjas de plástico, mas isso não quer dizer que esses exóticos animais tenham perdido sua importância, principalmente para a pesquisa tecnológica.

As esponjas, embora os animais mais simples, possuem
grande importância para a pesquisa tecnológica e
computacional.
As esponjas possuem uma proteína chamada silicateína, que é responsável pela formação de um esqueleto de sílica. Atualmente, na era da computação, o silício é um material extremamente utilizado como componente de circuitos eletrônicos de proporções nanométricas, como chips, pois é um semicondutor (basta pensar no nome Vale do Silício dado ao lugar de maior concentração de empresas computacionais nos EUA). Pesquisadores alemães têm se esforçado em, através de engenharia genética, dirigirem a evolução das enzimas produtoras de sílica nas esponjas para a produção de um cristal do semicondutor, que será muito útil no desenvolvimento tecnológico.

Além disso, outro componente importante da esponja pode ser utilizado no mesmo ramo. As espículas, estruturas parecidas com agulhas, compostas de calcário, garantem a sustentação do organismo. Porém, através de pesquisas profundas também foi descoberto que elas possuem a mesma característica da fibra óptica de transmitir a luz, através de reflexões contínuas dos raios de luz projetados no interior da estrutura. Esse é o meio mais rápido de transmissão de informações já inventado.

Fonte da imagem: http://exata-mente.blogspot.com.br

DRs: Os Metazoa

O reino animal (ou metazoa) é constituído por seres eucariontes (apresentam núcleo genético nas suas células), pluricelulares e heterotróficos por ingestão (alimentam-se da matéria de outro ser vivo com a digestão ocorrendo dentro do organismo). Uma das principais características que diferem os animais de outros seres vivos é a presença de blastocele no desenvolvimento embrionário, uma cavidade na esfera de células do embrião.

O reino animal é um dos que apresenta maior variedade de
seres vivos.
Quanto à fisiologia, em geral os animais apresentam movimento, e por isso possuem uma forma mais compacta, adequada para esse estilo de vida. Também apresentam simetria bilateral, geralmente, o que também ajuda na movimentação, diminuindo a resistência do ambiente.

A maioria dos animais têm um sistema nervoso, composto por neurônios, podendo ser difuso, em que não há um centro nervoso de maior concentração de sinapses, ou não.

O reino animal é dividido em 9 filos; porifera, cnidaria, platyhelminthes, nematoda, annelida, arthropoda, mollusca, echinodermata e chordata.

Fonte da imagem: http://guiadoestudante.abril.com.br/fotos/relembre-filos-classes-reino-animal-prepare-se-vestibular-691126.shtml#0