terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Biodiversidade Ameaçada

"Uma das maiores preocupações ecológicas de nossa época é a destruição da biodiversidade, isto é, da variedade de seres vivos existentes em determinado lugar ou no planeta como um todo.

As razões para se preservar a biodiversidade são bem conhecidas: com a extinção das espécies, perdemos muitas substâncias químicas que poderiam ser potencialmente usadas na fabricação de medicamentos e de outros produtos importantes. Além disso, as espécies selvagens funcionam como um "banco genético" para a origem de novas espécies mais produtivas ou mais resistentes. Ademais, toda espécie faz parte de uma teia alimentar e sua extinção pode provocar desequilíbrios ecológicos.

O antílope-tibetano, um mamífero em extinção.
Mais de 16 mil espécies correm risco de extinção, segundo a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, publicada em 2007 pela União Mundial para Conservação da Natureza. No entanto, alguns cientistas acham que esse número pode ser bem maior, pois muitas espécies dependem das que estão em extinção.

Analisando as espécies endêmicas, ou seja, as espécies que existem apenas em determinado local, o Brasil ocupa o primeiro lugar em relação ao número de mamíferos, peixes de água doce e plantas, além de possuir cerca de 20% das espécies de aves do mundo. Contudo, é o primeiro em número de espécies de aves com risco de extinção. Essa biodiversidade está ameaçada pela destruição de habitats, pela caça e pesca sem controle, pela poluição e pelos desequilíbrios ecológicos."

Texto do livro "Biologia Hoje - Os seres vivos", de Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder.

Fonte da imagem: portuguese.cri.cn

História Viva: A Evolução do Voo

Várias características fizeram com que fosse possível uma das maravilhas do mundo animal: o voo. As aves, após vários processos evolutivos, conseguiram essa proeza.

O corpo das aves em si já é de um formato aerodinâmico. Para conseguir o impulso no ar necessário para o movimento no ar e a tomada de trajetória, os membros anteriores das aves foram transformados em asas, com a ligação dos dedos, mais semelhantes às nadadeiras dos peixes. Aliás, nos pinguins as asas efetivamente funcionam para a natação.
Uma espécie de ave no ar.

Além disso, era preciso diminuir o peso do animal, mantendo todas as funções vitais. Por isso, para manter a homeostase, porém com uma estrutura mais leve, surgiram as penas, formadas de queratina. Elas protegem a ave, diminuem a perda de água do corpo e mantêm a ave aquecida ainda que em climas muito frios. São flexíveis e resistentes, além de aerodinâmicas. A única glândula na pele das aves é a glândula uropigiana, que serve justamente para a produção de uma secreção oleosa que evita o acúmulo de água nas penas.

Os ossos sempre foram estruturas muito pesadas, que dificultariam muito para o voo. Por isso, os ossos das aves são pneumáticos, ou seja, possuem espaços de ar no seu interior, fazendo com que diminua o peso e a densidade do animal, mantendo a estrutura do organismo, graças à ancilose. Além disso, os ossos mais pesados do nosso organismo, os dentes, somem nas aves, para evitar excesso de peso e uma concentração de peso na ponta do corpo.

Basicamente, essas características aliadas a uma boa e forte estrutura muscular é capaz de gerar os seres tão belos que vemos nos ares.

Fonte da imagem: imagemnocao.blogspot.com

Parasitas & Doenças: As cobras peçonhentas e as não



Algumas características diferenciam as serpentes peçonhentas (que possuem veneno na saliva para o ataque de presas) e as não-peçonhentas. O conjunto delas é extremamente importante na hora de determinar se o ataque de uma cobra pode ser fatal ou não.

Forma da cabeça
Peçonhentas: triangular e bem destacada
Cascavel, uma serpente peçonhenta.
Não-Peçonhentas: ovalada e pouco destacada

Pupilas
Peçonhentas: fenda vertical
Não-Peçonhentas: circulares

Fossetas
Peçonhentas: presentes
Não-peçonhentas: ausentes

Escamas
Peçonhentas: pequenas, pontudas e ásperas
Não-peçonhentas: grandes, achatadas, lisas e lubrificadas

Cauda
Peçonhentas: curta e afina bruscamente
Não-peçonhentas: longa e afina aos poucos

Hábito
Peçonhentas: noturno
Não-peçonhentas: diurno

Comportamento
Peçonhentas: lentas; se atacadas reagem
Não-peçonhentas: rápidas; se atacadas fogem

Relações de Vida: A Língua Solta e a Cadeia Alimentar

Um dos órgãos mais importantes no nosso ser e também pequeno é a língua, que permite a comunicação entre a espécie. Entretanto, não é somente no seres humanos que ela é importante. Na verdade, é extremamente essencial (e interessante) nos anfíbios.

Para várias espécies de sapos, a língua é uma das adaptações mais importantes por seu papel na nutrição. A língua pegajosa, presente nos anfíbios anuros, é a responsável por capturar insetos, como moscas e mosquitos, que são a principal alimentação do animal. Nesses seres a língua é presa na parte da frente da boca, e não na parte mais interna, permitindo que ela seja projetada para fora da boca, como uma espécie de arpão. Isso ocorre com o desenrolamento da língua.

Um sapo capturando sua presa.
Graças a essa característica, os anfíbios podem capturar insetos em pleno voo, grudando-o na ponta da língua e puxando-o para a boca. Eles não mastigam, somente esmagam a presa com a mandíbula e engolem, da onde vai para um estômago bem desenvolvido.

É impressionante como a língua desses animais pode alcançar grandes distâncias, comparando-se com o tamanho do seu corpo. Esse método de ataque com a língua é extremamente efetivo, e é um dos mais rápidos ataques presentes no mundo animal, evitando que possa haver qualquer possibilidade de escape da presa. Essa alimentação sempre foi extremamente importante para a manutenção da cadeia alimentar. Os insetos, por suas características físicas, naturalmente dominaram o ambiente terrestre. É graças aos anfíbios que há o controle dessas espécies; com a extinção dos sapos haveria uma tremenda infestação de artrópodes.

Isso constitui também um método de combate às pragas na lavoura. Em vez do uso de agrotóxicos, que podem fazer mal ao organismo humano e que há a possibilidade das pragas se acostumarem ao veneno, exigindo doses mais fortes, o uso de sapos para a caça desses animais é um método ecológico de assegurar uma melhor produção agrícola.

Fonte da imagem: www.sobiologia.com.br

Relações de Vida: A Custosa Reprodução e a Piracema

Um dos comportamentos mais fascinantes nos seres vivos é a chamada piracema dos peixes. Piracema é quando alguns peixes, para a sua reprodução, sobem rios contra a correnteza até a nascente, onde ocorre a desova.

A subida de rios por alguns peixes na piracema.
Esse é um árduo processo de reprodução e mostra a magnitude da vida. O fenômeno ocorre sempre na mesma época do ano, e o peixe sabe o momento certo dele através da glândula hipófise, que comanda o processo de reprodução. Diversos fatores, como a temperatura da água, a duração das horas de luz no dia, o aumento do nível da água pelas chuvas, estimulam a hipófise, que alerta o animal da hora da reprodução.

Começa, então, a última parte da vida do peixe. A longa jornada rio acima, que varia de espécie para espécie (algumas podem entrar até 500 km no leito dos rios), é realizada através de um intenso esforço  físico. No fim do processo, o animal morre de exaustão, liberando os ovos na correnteza, que são fecundados e aos poucos vão descendo o rio, conforme crescem. Na próxima cheia, os peixes jovens chegam ao mar, onde depois de seu ciclo de vida irão repetir a piracema.

O grande problema ambiental sobre a piracema hoje não é mais a pesca desmedida. Embora ela continua ocorrendo e seja fatal para a manutenção da biodiversidade marítima, já há várias punições à pesca na piracema, onde o grande ajuntamento de peixes provoca uma pesca rentável. Barragens que são construídas todo ano são um grande problema para a realização da piracema, pois o peixe não consegue prosseguir na sua jornada e morre antes do tempo.

Fonte da imagem: www.ouroeste.com

História Viva: A Evolução da Cauda

Uma das características dos cordados é a presença de uma cauda pós-anal musculosa. Esse órgão, tão nítido em animais como os peixes e os macacos, têm diversas funções, adaptando-se conforme a espécie. O estudo da evolução da cauda pós-anal musculosa é o estudo da história dos animais.

Os primeiros cordados, os protocordados, ainda sem encéfalo e invertebrados, viviam somente no meio aquático. O mesmo ocorre com os peixes, os próximos animais na evolução. Assim, a presença de uma cauda pós-anal musculosa é a presença de uma forte nadadeira na parte traseira do corpo. Justamente por causa dessa nadadeira que os peixes dominaram os mares: eram mais rápidos que quaisquer outros seres aquáticos. O mesmo também aparece nos girinos, os jovens anfíbios.

Nos répteis, como os jacarés, além de nadadeira para os ambientes aquáticos, normalmente o lugar de caça desses animais, a cauda pós-anal musculosa também é uma arma de ataque e de defesa, com movimentos fortes e rápidos. Além disso, em todos os cordados que vivem em ambiente terrestre a cauda auxilia no equilíbrio.

Nos macacos, a cauda pós-anal musculosa é preensora, ou seja, ajuda a segurar o animal em galhos de árvores. Por isso que eles possuem uma efetiva movimentação em florestas e matos. Porém, e em nós? Aparentemente, os seres humanos não possuem cauda pós-anal musculosa. Na verdade, possuímos, porém ela está atrofiada no final da coluna vertebral. É o chamado cóccix. Mais uma evolução da nossa espécie, que não precisava mais de nadadeiras, nem de armas de ataque e defesa, nem de um órgão preensor.

DRs: Espinhos e Bombas

Um exemplo de estrela-do-mar.
Os equinodermos são animais representados por estrelas-do-mar, bolachas-da-praia, pepinos-do-mar, ouriços-do-mar e outros. São exclusivamente marinhos. O nome do filo é devido aos espinhos que possui na pele (equino = espinho; derme = pele).

São seres triblásticos e celomados, muito semelhantes aos cordados por compartilharem características que não estão presentes nos outros animais. Essas características são a presença de enteroceloma em vez de esquizoceloma, ou seja, um celoma formado do intestino primitivo, e não da mesoderme; a deuterostomia em vez da protostomia, ou seja, o ânus surgindo do blastóporo, e não a boca; e um endoesqueleto em vez de um exoesqueleto, produzido pela derme e debaixo dela.

Além disso, os equinodermos apresentam simetria radial em vez de bilateral, sendo pentarradial secundária, isto é, na maioria dos casos o ser pode ser dividido em cinco planos; a boca fica no centro do organismo. Possui tubo digestório completo e utiliza os pódios (pequenos tubos) para a troca gasosa. Com pouca mobilidade, o sistema nervoso é pouco desenvolvido e o circulatório é em grande parte substituído pelo sistema ambulacrário.

O sistema ambulacrário é uma apomorfia dos equinodermos. É constituído de uma rede de canais em que a água do mar circula. Através da contração de alguns músculos, os pódios fazem a locomoção com a ajuda da água, em uma espécie de bombeamento.

Por mais incrível que pareça, animais como a estrela-do-mar são predadores.